Já é clichê dizer que o skate é o irmão mais novo do surf, afinal esta é uma verdade comprovada inclusive por teste de DNA. Assim como irmãos que volta e meia se entendem e se desentendem, durante algum tempo surfistas andavam de skate e skatistas surfavam, depois estas duas tribos passaram a se odiar mortalmente gerando brigas e episódios de violência. Os surfistas eram tachados pelos skatistas como "playboys" e os skatistas, por sua vez chamados de "vagabundos". Isso para ser o mais educado possível.
Nos dias de hoje reina uma harmonia proveniente da nossa própria evolução, surf e skate se inspiram mutuamente. Parte importante desta reconciliação foi o resgate da cultura skate 70, o que podemos chamar aqui de estilo "surf no asfalto" que é apreciado por muitos que estão se iniciando no skate longboard. O próprio dancing tem suas raízes no Longboard praticado nas décas de 50 e 60. Nos últimos oito anos o crescimento do mercado do skate longboard se deveu principalmente a sua apropriação da imagem do surf. Há de se notar também a criação e aprimoramento tecnológico, como os trucks, capazes de simular no asfalto a sensação de estar no mar.
Apesar deste não ser meu estilo de role, valorizo esta ligação com o surf que inclusive vinculou o skate longboard à natureza. Isto sem dúvida criou em toda comunidade uma visão e atitudes mais engajadas de preservação. Ponto para o skate, ponto para o surf e o planeta agradece.
Apesar deste não ser meu estilo de role, valorizo esta ligação com o surf que inclusive vinculou o skate longboard à natureza. Isto sem dúvida criou em toda comunidade uma visão e atitudes mais engajadas de preservação. Ponto para o skate, ponto para o surf e o planeta agradece.
Hoje vivemos um presente que se constrói com alicerces de referências de décadas passadas, revisitamos estilos para assim criarmos o estilo do nosso tempo, tanto na água quanto no asfalto. Acredito que para isso nossa geração tenha apenas que deixar o preconceito hibernado mantendo olhos e mentes sempre abertos. Quem sabe no futuro possamos ser vistos como uma geração avant-garde.
