domingo, 8 de agosto de 2010

A Primeira Vez

Grande Klaus, Alex e Vinícius,

Depois de um tempo de aprendizado, um grande amigo meu do Rio me autorizou a enviar pra vocês postarem no blog (caso assim vocês o queiram) o relato do seu primeiro rolé de skate longboard. Achei que seria um bom post, não somente pela ótima redação, como também pela forma como ele passa o sentiemnto de andar pela primeira vez, que deve ter sido mais ou menos o que todos nós sentimos.

Grande abraço e bons rolés para todos!!


Wagner Duia


"Levei para o Aterro, escolhi um canto reservado ao lado das quadras de tênis e comecei a siscar o bicho.


Terreno de terra batida e alguns calombinhos e raízes dos Flamboyants foi meu palco de treino escolhido - será que escolhi bem?
Ok, percebi que havia introduzido uma dificuldadezinha a mais em meus primeiros deslizes de skate.

Vou pra lá volto para cá; pulo para fora do shape de um lado, para o outro, corro atrás e volto para o deck; sempre em linha reta pois curva é tópico avaçado ainda.
Cubro suados e longos 30 ou 40 metros por entre algumas árvores e pedrinhas e calombos. Pego meu long e viro para o lado oposto e recomeço tudo de novo.
Não desistia mesmo que caísse para o lado ou catasse alguns cavaquinhos à frente do skate, não! Pulava para cima dele novamente ainda em movimento.

Por que eu me desequilibrava? Onde eu tenho que colocar o pé exatamente? Perna dura não dá certo... Mole também não...
Cuidado com o galho baixo. Descansa um pouquinho e olha o coroa levando o skate do pimpolho... ih! o muleque já está levando o próprio skate dele...
Vamos lá! Tenta ficar mais que meio metro de terreno percorrido em cima do deck!

Numa destas, Duia, de cair fora e retornar rapidamente, acabei colocando o pé de apoio mais avante no shape e o pé de remada foi se instalar atrás quando o coloquei para cima e andei alguns metros bem estável (apesar dos calombos, terra, raízes). Fiz até umas ondulações tímidas porêm controladas.

Ih! Peguei o jeito! Será? Vamos repetir: pé de apoio na metade avante do deck e depois de remar, colocar o pé da remada atrás. Uau! Deu certo novamente! O método cartesiano em ação!
Urru! Depois de meia horinha de treinos bem suados será que posso enfrentar o asfalto da pista de caminhada do Aterro? - pensei eu. Olhei mas decidi dar um tempinho. Muita gente indo e vindo e meter o longboard numa canela alheia não seria improvável.

Fui para a areia tomar um Sol pois eu estou branco-cadáver!
Agora não mais: fiquei corado.

Chegou um amigo para ver se o Terra estava mesmo com um skate. Achou lindo o Long e andou um pouco para sentir a tranqüilidade dele. Com um amigo dando apoio moral eu deslizei no asfalto e fiquei no controle em cima por uns 50m, 80m antes de remar. Legal, né? Fiz curvas suaves desci leves declives ainda com o coração na mão mas estava lá em cima! Saber como tirar o pé do deck e dar as remadas são assuntos a serem melhor desenvolvidos.

Muito bom. Estou realizando um sonho. Muito obrigado pelo seu precioso incentivo e acertadíssima sugestão de skate para mim. Você tem sido (o tempo verbal é este mesmo) citado nominalmente quando o assunto é "de onde veio a idéia de andar de skate"."