terça-feira, 18 de junho de 2013

A Revolução Da Indignação

Antes de tudo preciso falar sobre os protestos legítimos que estão acontecendo por todo Brasil. 

A insatisfação de grande parte da população brasileira com a corrupção, mau uso do dinheiro público, insegurança, saúde, educação, alta carga de impostos, privilégios concedidos a pessoas e grupos políticos e econômicos, a péssima qualidade do serviço público, gastos absurdos com estádios de futebol, etc, etc, etc. 

Foi um dia histórico, é um momento histórico para o país. Todos que saíram nas ruas, outros que em casa vibraram ao verem as imagens pela televisão, todos estão de parabéns. Nós formamos o povo brasileiro. 

Espero que estejamos apenas no começo e que este início seja o causador de mudanças profundas não só na forma como se faz política neste país, mas também na forma como nos comportamos em relação a nós mesmos e ao outro ser humano do nosso lado. 

Lembro que aqueles que estão lá também já estiveram do lado de cá. Gritaram como nós, reclamaram como nós, caminharam pelas ruas como nós! Lula, José Dirceu, Paulo Hartung, Lindenberg Faria, etc. Hoje eles são suspeitos ou acusados de crimes e desvios ligados ao poder dos cargos que já ocuparam. 

Me emocionei profundamente ao ver tantas pessoas pelas ruas de todo Brasil e do mundo pedindo em conjunto o que o que há tempos pedimos individualmente. Nós só queremos o justo, o correto. 




Sou totalmente contra os atos de violência e vandalismo, mas é impossível evita-los e reacionário dizer que somos todos arruaceiros, vagabundos e mal educados. Afinal quantos jovens, adultos, crianças e idosos vimos ontem pelas ruas em total gesto de paz? Impossível pedir e querer que todos ajam da mesma forma, afinal a grande maioria não recebe do governo a educação prometida. Quando alguém não cumpre o que promete o outro sem dúvida fica com raiva. Neste caso soma-se, muita gente com muita raiva, de muita, muita coisa! 

Pichações e lixo pelas ruas, mesmo sendo atitudes que condeno, são limpos com água e sabão no mesmo dia. Enquanto que com uma caneta e algumas assinaturas eles roubam a alegria de um país inteiro por muito, muito tempo. 

Acredito que não serão somente bons políticos eleitos por nós que mudarão este país. Seremos nós a mudar. Mudando nossa forma de agir, nossa postura e atitudes dia após dia. Temos que aprimorar nosso senso de justiça, educação, civilidade e moralidade. Nada disso acontece da noite para o dia, é um processo longo e árduo que exige um esforço muito maior do que nos mobilizarmos para estes protestos. Vamos em frente amigos! 

Não tenho a pretensão de entender tudo que estamos vendo e vivendo até agora, mas entendo que o povo não aceita mais ficar parado e calado. 

Além se sermos o país do futebol, nós também somos o país do skate e com o skate aprendi desde cedo a importância da liberdade. Nada contra o futebol, somente contra quem usa o futebol para manipular e desviar dinheiro de um país que tem tantas outras prioridades. 

Essas são as pessoas que cuidam da Copa das Confederações e cuidarão da Copa do Mundo. 

José Maria Marin: "Seria preferível que toda a atenção estivesse voltada exclusivamente para o futebol e acho que essa é a preocupação de grande parte do povo brasileiro". 

Marco Polo Del Nero: "O povo brasileiro é tranquilo. E vai entender que a Copa é um evento mundial. Tem que falar para o povo coisas positivas do Brasil. Fazer a torcida gritar: Brasil, Brasil, Brasil". 

Joseph Blatter: "Vocês vão ver que hoje, que é o terceiro dia de competição, isso vai se acalmar. Vai ser uma competição maravilhosa". 

Jerôme Valcke: "Espero que não tenhamos críticas ao final da Copa. Tenho certeza de que não haverá críticas se o Brasil vencer a final. É impressionante como lembram da final de 1950. E como querem apagar aquela final". 

Estamos nas ruas novamente, estamos juntos. Acostumem-se, porque queremos um país melhor, formado por pessoas melhores e queremos tudo com muita paz. Agora que acordamos, não caiamos no sono outra vez!

Este é o desejo de muitos e o meu também, 
Continuemos nossa caminhada.