terça-feira, 20 de agosto de 2013

Skatista pode ser preso por agressão e discriminação

O skatista profissional André Ervolino Ribeiro, o “Hiena”, de 39 anos, pode ser condenado a até três anos de prisão por agredir a colega Ana Paula Araújo, 31, durante uma sessão de skate na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. O incidente ocorreu há duas semanas, e a vítima apresentará uma queixa-crime por lesão corporal e injúria.



A advogada Alessandra Jirardi, que representa Ana Paula, explicou que André será enquadrado em dois artigos Código Penal. Um deles é o de lesão corporal (129), com pena de três meses a um ano. O outro é injúria (140), cuja pena é de um a três anos. Segundo ela, ainda há o agravante de preconceito notório, devido à suposta postura homofóbica do agressor.

Hiena foi acusado de agredir Ana Paula com tapas e um golpe de skate no rosto após chamá-la de “macho” em uma discussão. A skatista teria dito que a mulher dele era “a maior gata” e tinha “até uma cinturinha fina”. André ficou irritado e, dias depois, pelas redes sociais, assumiu o deslize alegando que estaria embriagado e não tinha intenção de machucar a vítima.


Ana Paula ficou com um hematoma no rosto e precisou levar pontos na testa após a agressão. Depois de dizer ao UOL Esporte que não é homossexual e que denunciou André para evitar que outras meninas sofram como ela, a skatista tem evitado dar outras entrevistas.

A advogada de Ana Paula justificou dizendo que não quer expor ainda mais a menina, que continua abalada e quer apenas que a justiça seja feita. “A gente não quer fazer circo”, declarou Alessandra Jirardi. André, por sua vez, não atende às ligações do UOL Esporte.

Questionada sobre a Lei Maria da Penha, a advogada afirmou que não se aplica ao caso. O professor e especialista em direito penal Robson Pantaleão concorda. Segundo ele, a lei criada para coibir a violência contra a mulher cobre apenas ambientes domésticos, como familiares e de foro íntimo, e por isso não se enquadra no acontecimento.