terça-feira, 24 de dezembro de 2013

[Coluna] Um ótimo natal para todos vocês e muito mais skate em 2014

Mais um ano de skate, mais um ano de EuAmoLongboard e já de olho no ano que vem. Novas idéias e planos estão sendo arquitetados por aqui, que os Deuses do skate e os amigos nos ajudem. Por falar em amigos, muito obrigado a todos que de alguma forma colaboraram conosco, seja mandando posts, dicas, e-mails, curtindo, compartilhando ou simplesmente entrando em alguma de nossas medias.


Vamos continuar escrevendo tanto no blog quanto para revista em 2014 e a esperança é que isso nunca acabe, mas qual o incentivo? É ver calçadas e ruas coalhadas de skates? Hummm... talvez. Ter presenciado vários campeonatos/eventos acontecendo ao longo de 2013? É.... era desejado e eventos fomentam o esporte. Marcas surgindo, mulheres se afirmando no Longboard, programas na TV à cabo, etc. Era tudo isso mesmo que a gente queria? E agora, o que a gente quer?

Vamos dar uma de criança mimada: queremos mais e mais. Queremos ver o Longboard assumir o tamanho que realmente tem. Queremos que o esporte alcance o mesmo patamar do seu irmão menor, queremos que o dinheiro pago por peças, roupas e equipamentos se revertam para os praticantes. Queremos ver mais atletas profissionais vivendo do skate. Queremos massa praticante e massa encefálica. Queremos gente inteligente envolvida, seja criando, seja andando, seja torcendo.

Precisamos ocupar nosso espaços da forma correta sim (Projeto de Mobilidade Urbana Lei 12.587/12) e assumir que se o skate pode ser usado como meio de transporte, então vamos usá-lo. Lembre-se de que haverá pouca ou quase nenhuma segurança. Quase ninguém vai lhe respeitar e você deve tomar conta de si. Use equipamentos de segurança, preste atenção no trânsito e saiba frear; treine o seu freio (footbreak) exaustivamente antes de se aventurar. Veja que não estamos nem na metade da briga que os ciclistas enfrentam para serem reconhecidos de acordo com a Lei.

Em algumas cidades o número de praticantes cresce na mesma medida daqueles que não gostam do esporte. Acham barulhento, que destrói o patrimônio público e que por conta das manobras colocam os pedestres em risco. Concordamos com tudo isso. E tudo isso se resume à educação. Educação dos pedestres, dos ciclistas, dos skaters, dos motoristas, dos governantes, dos policiais, etc. O irônico é que educação é um dos artigos que mais fazem falta à mesa dos Brasileiros.

Todos parecem querer se matar. E no meio disso tudo, o skate, que também tem culpa no cartório. Podemos ser melhores do que os que nos cercam. Podemos mostrar que apesar de sujos e fedidos, há um cérebro e uma voz articulada que vai convencer ao invés de agredir, vai convidar ao invés de expulsar e ajudar ao invés de repelir. Muitos dos que reclamam dão um skate de natal para o filho, então aonde está o problema? O skate já está dentro da casa, mas precisa se tornar parte da família, do bairro, da cidade...

Se como dizem por aí, o skate nasceu na rua, é preciso mostrar que a arquitetura das cidades foi inconscientemente pensada para que o skate floresça e cresça. Skate parks são para isso ou aquilo, a cidade é para tudo. Como indivíduos, temos nossas preferências, seja no tamanho do shape como também por onde você irá andar com ele. Achamos válida a construção de skate parks, mas no fim das contas o pensamento é criar um gueto. É onde se esconde o que não se entende e o que não se gosta. 

Quantas pistas já foram colocadas à disposição da população apenas para serem superfaturadas e super mal construídas? Fadadas à ruína e a deixar os frequentadores soltos novamente pelas ruas, mais sedentos por skate e mais sedentos por ocupar todos os espaços possíveis. Deixamos claro que damos apoio total a construção de espaços destinados a prática, mas, que não venham com o discurso que o nosso lugar é ali ou aqui. Para o skate não existe curral, não existe barreiras.

Hoje no Brasil somos em torno de 4 milhões (Comparativamente, um número equivalente à população total do vizinho Uruguai, ou das distantes República da Irlanda ou Nova Zelândia) e muitos de nós praticam mais de uma modalidade. O skate se tornou multidisciplinar, isso é fato! Estamos pelas ladeiras, ruas, parques e etc. 

É preservado por Lei o direito de ir e vir (Art.5 da Constituição Federal), pois venha ajudar o esporte a ir em frente, mas da forma correta, criando uma simbiose e não uma infecção. O que queremos para 2015, 16, 17...? Queremos que o skate faça parte da paisagem da sua cidade, que ele seja visto por todos os lugares e que transmita sua essência: alegria, camaradagem, coragem, atitude, respeito, liberdade...

Um ótimo natal para todos vocês e muito mais skate em 2014.